domingo, 1 de julho de 2012

O gay invisível



Na Rússia um projeto de lei proibe qualquer discução sobre gays. Se não acordarmos seremos os próximos.

Você com certeza já deve ter ouvido:
"Não tenho preconceito contra gays, mas...
E logo depois desse "mas" uma lista infinita de coisas que um gay não deve fazer pra não sofrer preconceito:

... não aceito que se vistam como mulheres.
... não aceito que andem de mãos dadas na rua.
... não aceito que adotem crianças abandonadas em orfanatos.
... não aceito que sejam professores, médicos, psicólogos etc.
... não aceito que aluguem meu imóvel para viverem juntos.

A lista é longa e cansativa e nela estão incluídos quaisquer comportamentos que permitam que de alguma forma o identifiquem como homossexual.

A lógica é simples: você pode ser gay como quiser desde que eu não fique sendo lembrado disso (de preferência nem fique sabendo).

A necessidade que sejamos invisíveis é quase patológica. Mas por quê?

Por que a visibilidade obriga as pessoas a pensar!

Pensar é cansativo, é enfadonho, exige que a pessoa tome uma posição.

Ser invisível é aceitar que somos menos humanos, que nosso beijo é sujo, que nosso abraço é falso, que nosso amor é apenas uma perversão.

Vamos deixar a invisibilidade para os momentos de insegurança, para as noites chorosas dos adolescentes indefesos, para as ruas desertas. E nos momentos de sol ou na luz artificial dos shoppings sejamos nós! Sejamos de qualquer cor, até mesmo rosa! Sejamos risonhos! Sejamos bonitos! Sejamos reais.

Quem sabe enxergando nossas cores alguns não possam entender a beleza dessa nossa pintura.

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